Na sociedade de hoje temos hábito, em geral, de nos relacionar com outras pessoas que possuam interesses em comum, é raro para não dizer impossível encontrar um grupo de adolescente formado por um metaleiro, um nerd, um atleta e uma patricinha passeando juntos em um shopping center. Então por que nas aventuras de RPG o grupo de heróis é composto pela maior diversidade possível? Será que não seria interessante um grupo de heróis que possuam algo em comum além de puramente a busca por aventuras?
Eu acredito que sim. Inclusive sendo possível explorar um outro lado do RPG, que as vezes é esquecido, que é o lado social. Muitas das aventuras jogadas hoje em dia é bem ao estilo tank-spank (bata com tudo que puder até o adversário parar de mover) com pequenas variações, pelo menos para D&D. Imagine agora uma aventura onde é muito mais importante como os heróis utilizam suas perícias do que o dano de suas armas.
Essa situação pode se tornar possível a partir do momento que o grupo de heróis é formado com mais elementos em comum do que apenas a sede por aventura. Imagine um grupo formado por só por humanos e cada um de uma classe de poder divino (um clérigo, um paladino, um avenger e um invoker), todos devotos de Pelor. Os elementos que unem o grupo são muito mais parecidos com o que vivemos hoje do que um grupo diversificado. Para quem gosta de desafios, o quanto desafiador seria para esse grupo cruzar um corredor com uma armadilha? Outra alternativa seria que esse grupo fizesse parte de uma organização que caça mortos-vivos e para não cair numa rotina, durante uma de suas caçadas, eles descobrem um complô contra o governante local.
Deste modo, temos grupos de heróis mais condizentes com a sociedade que vivemos, com possibilidades de exercitar a criatividade dos jogadores para superar as necessidades do grupo e assim montar histórias mais ricas e elaboradas do que o velho estilo caça ao tesouro.
Matéria de João Olímpio Tognolli
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